sábado, 2 de julho de 2011

Estomatite em bebês

Essa semana eu passei uma preocupação com meu bebê de seis meses. Ele começou há uma semana a alimentação sólida, já que até então só se alimentava do leite materno. Tudo era uma novidade para ele, até que no dia do batizado dele (dia 26 de junho), notei que ele estava muito irritado e babando demais, ele babava uma saliva espumosa. Desconfiei que seria os primeiros dentinhos dele, mas não notei a gengiva inchada. Quando foi à noite percebi que ele estava quentinho, medi a temperatura e lá estava 37º C. Febril.
Fui no posto na segunda-feira (moro no interior) e o médico não havia chegado, levei ele em uma cidade próxima chamada Vargem Alta, onde o sistema de saúde é muito precário...No pronto socorro só tinha pessoas com cara de oprimidas, tristes... Só foram ver meu bebê porque ele estava com febre (não achei que seria caso de contatar a pediatra), e o médico veio me informar que ele estava com cólica por causa da alimentação sólida (oops, cólica causa febre?), e passou um Luftal e Buscopan. Precisavam ver a carinha dele tomando o horrível Buscopan...A febre não abaixou, no dia seguinte contatei a pediatr, que só de olhar a boquinha dele diagnosticou: ESTOMATITE. Gente que é isso? Fiquei preocupada e realizei uma pesquisa sobre a mesma e aí vai o resultado:
Se amidalite é uma inflamação nas amídalas, se rinite é no nariz e se bronquite é nos brônquios, então estomatite só pode ser do estômago. Certo?
Nananinanão. Está Errado!
Estomatite é uma inflamação da boca. (Stoma, em grego, quer dizer boca).
A estomatite é um quadro provocado normalmente por um vírus (Herpes simples – HSV-1 – ou pelo Coxsakie, causador de um quadro conhecido, atualmente, por freqüentadores de pronto-socorros pediátricos, como Síndrome mão-pé-boca).
Apesar de atingir pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade, é na criança que seus sintomas são mais sentidos, porque causam febre, irritabilidade e falta de apetite, gerando enormes preocupações em seus pais, não é mesmo?
Esse é um quadro relativamente comum, de diagnóstico relativamente simples, com tratamento relativamente ineficaz.
Dois a cinco dias após o contato (incubação) com outro alguém com esse quadro (através de pele ou mucosas). Começam alguns sintomas gerais como:
  • Mal estar;
  • Falta de apetite;
  • Dificuldade (disfagia) ou dor (odinofagia) para engolir sólidos e até líquidos e febre.
Aí começa o tormento!
Aparecem bolhas ou feridas (aftas), na boca (gengiva, língua, dentro das bochechas, céu da boca e garganta), de até meio centímetro de tamanho, algumas vezes numerosas, muito dolorosas, algumas vezes sangrando, que causam a agravação dos sintomas anteriores com mais mau hálito e até aparecimento de gânglios no pescoço.
Esse quadro pode levar de uma semana até 10 dias para sua total recuperação, se não houver complicações. Não é raro, esse quadro se repetir algumas vezes durante a vida de quem teve essa primeira infecção.

O tratamento da estomatite leva mais em conta os sintomas gerais

Três orientações devem ser sempre lembradas

  • Apesar de parecer simples, tanto o diagnóstico quanto o tratamento, os cuidados devem ser orientados por profisisonais da saúde habilitados (médicos, dentistas).NUNCA SE AUTO-MEDIQUE, NEM SE AUTO-DESMEDIQUE. Na melhor das hipótese, você estará perdendo tempo;
  • A estomatite é um quadro provocado por vírus. ANTIBIÓTICOS NÃO DEVEM SER UTILIZADOS NA ESTOMATITE. Esse medicamento deve ser receitado em casos de infecções bacterianas;
  • CRIANÇA DOENTE FICA EM CASA. Isso vale tanto para a própria criança como para evitar que outras crianças adoeçam também pelo contágio. Além disso, vale para a escola, mas também para parques, shoppings, casa de amiguinhos, entre outros lugares.

Agora mais dicas práticas e específicas:

  • Líquidos – como existe muita dor e algumas aftas chegam a sangrar, a alimentação é difícil, bem como ingerir líquidos. Assim, a desidratação pode ser até causa de internação. Oferecer líquidos (frios ou gelados), em pequena quantidade com muita freqüência é a primeira medida a ser insistida;
  • Alimentação – a criança tem fome, mas não consegue comer. Oferecer uma dieta de morna para fria, de pastosa para líquida, evitando alimentos ácidos (laranja, abacaxi, tomate, morango, kiwi, limão) ou muito temperados (sal, pimenta, alho).
  • Higiene – a limpeza da boca, mesmo com sangramentos, pode e deve ser tentada. Se não for aquela tradicional com escovação e pasta de dente, pelo menos alguma tentativa para manter o ambiente bucal menos propício para o desenvolvimento de infecções com agravação do quadro inicial;
  • Medicamentos – Analgésicos, antissépticos bucais, antitérmicos fazem parte do arsenal terapêutico que pode ser receitado nesses casos, pelo especialista. Eu indico, na maior parte das vezes, o tratamento homeopático, com grande benefício ao paciente, levando à melhora mais suave e, muitas vezes mais rápida dos sintomas, e prevenindo as recidivas que são comuns em quem tem esse tipo de patologia. Aliás, não é raro que os pais tragam seu filhos para uma consulta homeopática, com a queixa de estomatites ou aftas de repetição.
A homeopatia é uma terapêutica que busca tratar o paciente de forma global, holística, e não apenas sua estomatite ou sua asma ou sua insônia, ou seja, seus sintomas. Nós sabemos que em nosso corpo nada acontece por acaso ou de uma forma isolada. Assim, ou aprendemos a conhecer nosso paciente como um todo, prestamos atenção nas suas formas de adoecimento, nas suas tendências e o tratamos assim, ou poderemos ter surpresas que nos farão medicá-lo com muito mais freqüência e até necessidade.
Escrito pelo: Dr. Yechiel Moises Chencinski
Melhor matéria que encontrei sobre o caso no site 
http://www.clinicaamai.com.br/estomatite-um-mal-frequente-em-bebes-criancas

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